05/02/2011

Trambolho Musical

Caros leitores, tenho o prazer de vos comunicar que, durante o passado fim-de-semana, eu e uma das colaboradoras aqui do 'Vacas' (Wiscat) tivemos uma experiência musical algo transcendente...

Tudo começou quando nos apercebemos de que a novela Floribela foi, na verdade, uma adaptação (muito mal feita, diga-se de passagem) de um trabalho pré-existente desse género da Argentina. Ora, ao percebermos que havia, algures no mundo, uma outra rapariga disposta a fazer um papel daqueles, ficámos (obviamente) com um simultaneamente perplexo e aterrorizado nas nossas caras...

Decidimos então ir pesquisar as tendências musicais dessa tal 'Floribela argentina'. Começámos logo por nos escancararmos a rir com o nome da novela: 'Floricienta'. Quero dizer, Floribela já é péssimo; mas Floricienta?! Meu deus... Nem há palavras que descrevam aquele momento de estagnação orgânica que sentimos ao ler o nome; foi quase como se fosse em câmara lenta!...

Bem, mas continuando com a divagação, lá fomos nós pesquisar no Google o nome da aclamada novela Floricienta. Imediatamente (ou 'mediatamente', como diriam alguns), obtivemos acesso a um link de um vídeo do YouTube que mostrava um dos grandes sucessos de Floribela, mas em espanhol, ou seja, na sua versão original.

Peço-vos que se riam primeiro da versão portuguesa - convém darmos o exemplo, não é?






Viram? Pronto, agora acalmem-se, por favor. Não quero estar agora a chamar a brigada de desintoxicação - por amor de deus, não é cocaína!

Vejam a 'espanholita', por favor...



Conseguiram acabar? E agora, ainda estão vivos?

Por uma questão de curiosidade, vejam a letra da versão original:


Y yo te voy a esperar
y no me voy a pintar
ya sé que te gusto mucho
cuando me ves natural.
Y llegaré tan puntual 
no quiero perder más tiempo
cada segundo que tardás 
es un beso que te resto.
Me pondré el vestido azul
que séque te gusta más
dejaré mi pelo suelto
para que baile en el viento.
Y en nuestra esquina de siempre
el aire se ha perfumado
porque en todas las ventanas 
el amor se está asomando.

(Coro:)
Pero no vino nunca, no llegó
y mi vestido azul se me arrugó
y esta esquina no es mi esquina
y este amor ya no es mi amor.
Pero no vino nunca, no llegó
y yo jamás sabré lo que pasó
me fui llorando despacio
me fui dejando el corazón

Y me robaste la esquina
y me quede tan perdida
a dónde vuelan mis sueños
a un callejón sin salida.
Y me quité mi vestido
que tanto te gustaba
total me siento deznuda
total ya no tengo nada.

(Coro)

Y él no vino nunca
no llegó.
 
Não sei se viram, ela começou por dizer que nem se vai 'pintar'... 'PINTAR'?! Minha nossa, ao que o
mundo chegou! É por estas e por outras que não devemos nunca deixar os espanhóis dominar o nosso
país: depois mudam-nos a língua e andamos para aí todos a dizer 'tinta' em vez de 'maquilhagem' e
'perro' em vez de 'cão'...
Já é por demais deprimente ser português; mas ser português e falar espanhol... Eu não quero
sobreviver para viver isso!...
 
Bem, caros leitores, espero que tenham aproveitado este post para uma limpeza intestinal profunda.
É com estas coisas (e com relva) que os cães se tratam, sabiam? Os cães e o Paulo Portas...
 
 
Cumprimentos. 

4 comentários:

  1. Eu pensava que já sabias que uma novela como esta tinha que ter origens argentinas...

    E não critiques a televisão portuguesa! Sabes que o "portuga" acha as novelas argentinas grandes produções como uma que anda a dar agora que é o "mundo de Patty" (não te rias... a personagem não é tua conhecida...), ou então em venezuelano "Patito feo". Pelo nome já podes ver que mete medo... por isso sugiro-te que não tentes ver porque eu, por azar, a fazer zapping deparei-me com aquele triste espectáculo... nunca mais fui a mesma pessoa depois disso...

    Sabes que a televisão portuguesa aposta em talentos "escondidos" (tão escondidos que até agora ainda ninguém os encontrou) para deixar as pobres criancinhas coladas ao ecrã, sendo que depois essas "floribelas" passam de programas infantis para capas de revistas masculinas quase nuas... É o "agrada ao filho para depois agradar ao pai"... muito nojento...

    Resumindo:

    É o mundo em que vivemos... olha!*

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  2. Pois, realmente é triste... Mas essa ideia de 'agradar ao filho e, seguidamente, ao pai' é até (se pensarmos bem) uma ideia bastante económica... Aliás, eu diria até ecológica! É assim mesmo q deve ser - aproveitar os 'talentos' ao máximo, nas leis da típica exploração inumana!...

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  3. Oh pessoal estamos em crise! Temos de poupar, reciclar aqui e ali... nos actores também!

    É pah, vocês não percebem nada... Então não vêem a Miley Cyrus? Que é suposto ter um publico infantil? E depois vai para o palco meia despida (meia tOnta) e agarra-se a um poste num carrinho de gelados? Ah ah... isto sim é reciclagem, tenho conhecidos de 20 anos que têm vídeos dela nos preferidos e não é por causa da música...

    Voltando ao que importa....

    Eu achei a novela um espectáculo aliás, deu um novo significado à música: "Don't cry for me Argentina" (Ya... Argentina, não chores por eles chora por ti própria que és tu que vais ficar manchada).

    Ora... até no melhor pano cai a compota... E acho que todos devíamos fazer um minuto de silêncio em nome da dignidade da Argentina. Está morta, (está um bocado como eu coitada...)

    PaZ!!!

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  4. Sabes que o que é nacional raramente é bom, e quando é copiado ainda é pior...

    Falando a sério, existe uma tendencia enorme para pensar que tudo o que resulta num determinado país (normalmente argentinas ou venezuelas) vai também resultar no nosso. Acho que é por sermos latinos... somos todos hermanos uns dos outros, logo gostamos logo das mesma coisas...

    E verdade seja dita, eu nem me oponho muito à criação de séries direccionadas ao publico infanto-juvenil. O que é necessário é que tenham qualidade... porque a floribela foi um sucesso... a luciana abreu é que... pronto a menina não sabe muito bem distinguir um programa infantil de um bar de alterne...

    Até porque (parecendo que não) Portugal tem talento - que a SIC não me processe pelo amor de alguém, só é pena ser desperdiçado em telenovelas mexicanas... um bom exemplo disso foi a série Cidade Despida da RTP. Estava bem feita.

    Mas pronto, isto já sou eu a divagar, a ideia essencial está no primeiro parágrafo.

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